Nota de Apoio aos Médicos de Manaus/AM

Nota de Apoio aos Médicos de Manaus/AM

Na data de 24 de janeiro, o Diário do Amazonas veiculou notícia acerca de uma denúncia realizada na cidade de Manaus, segundo a qual os profissionais da saúde fizeram uso de morfina – um potente analgésico – para sedar os pacientes que morriam asfixiados por falta de oxigênio disponível no hospital. Por sua vez, o Sindicato dos Médicos de Manaus (SIMEAM) informou que tal conduta se classifica como suspeita de eutanásia, devendo ser investigada e levada ao Conselho de Ética.

Diante de notícias como essa, importa salientar que o que ocorreu nessa ocasião não se trata de eutanásia, que é uma morte planejada, assistida e tranquila, cuja intenção é abreviar o sofrimento do paciente. O ocorrido é um nítido exemplo de mistanásia, uma morte prematura e evitável, decorrente do estado de vulnerabilidade social das vítimas, tendo como causa a omissão de socorro estrutural por parte dos gestores públicos. Os responsáveis por essas mortes, certamente, não são os médicos e médicas atuantes em Manaus.

O Montanha, Alcântara & Advogados Associados, através dessa nota, manifesta seu apoio aos profissionais da saúde amazonenses. Nós, e todos aqueles que não compõem a linha de frente de combate à COVID-19, jamais saberemos quão difícil foi tomar a decisão de anestesiar um paciente para assegurá-lo uma morte mais tranquila, diante de sua incapacidade de respirar por conta própria e da inexistência de recursos disponíveis para auxiliá-los mecanicamente. Espera-se que o SIMEAM, justamente por compreender os desafios enfrentados por esses profissionais, assuma a defesa da classe e lidere a luta pelo abastecimento dos hospitais com novos estoques de oxigênio, bem como busque a responsabilização dos órgãos estatais que permitiram a falta desses insumos.

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